domingo, 26 de junho de 2011

SALA DE ESPERA - POESIA FALADA




SALA DE ESPERA
De Raul Seixas
Interpretação e produção Ewerton Mattos
Colaboração Paulo Gomes

www.boaprosa.com.br - BOA PROSA na CBN SALVADOR 100,7 FM de segunda à sábado de 09 às 11:30 dentro do JORNAL CBN SALVADOR - pode ser ouvida na internet pelo Portal Ibahia.com - www.ibahia.com

sábado, 25 de junho de 2011

POESIA FALADA - TERRA RACHADA




TERRA RACHADA
De Paulo Gomes
Narração Ewerton Mattos


É Sertão
     sol vermelho, muita sede
     árida vegetação
     terra rachada ...

Céu azul, canaviais
     mandacaru
     meninos de barriga inchada
     terra rachada ...

Falta água, falta pão
     sobra fé no meu “Santo Antão”
     terra rachada ...
 
     Casebres de pau-a-pique
     pau-de-arara
     benzedeiras, reza, procissão
     missa enjoada,
     terra rachada
 
Macaxeira, gengibre
     coco, cabaça e melão
     jabá e milho verde,
     a feira é sortida,
     mas a mesa farta,
     é só sonho, ilusão
     terra rachada ...

     Asa Branca, Pintassilgo,
     papa-Capim e Rouxinol
     Coruja, Pombo do Mato,
     Urubu-Rei : carniça á vista !
     terra rachada

Sivuca de mil forrós
      Dominguinhos,
      Osvaldinho do acordeão,
      repentistas,
      Luiz Gonzaga, “Rei do Baião’
      terra rachada ... 
 
Muié-dama, rapariga
     “batê de coxa”,
      brega, briga !
      terra rachada ...
 
 Borborema, Caruaru
      Exu e Cariri
      Sergipano “cara larga”
      Lampião e Padim Ciço
      cearense “cabeça chata”
      terra rachada ... 

Nordestino, sofredor
     “paciência, meu sinhô” ...
     “é antes de tudo, um forte”...
      quando chove dá pinote,
      de alegria, de emoção
      terra rachada ...  

 8/7/87



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sexta-feira, 17 de junho de 2011

O IMPACIENTE TERMINAL - POESIA FALADA


O IMPACIENTE TERMINAL
De: Chico Seixas
Narração: Ewerton Mattos


O IMPACIENTE TERMINAL
Minha mente inquieta,
me faz ás vezes brutamontes,
ás vezes poeta,
um impaciente terminal
vulnerável à aporrinhações
e sem blindagem no saco escrotal...

Pavio curto, tolerância zero
que decreta guerra aberta
com vigilância, atenta, esperta
distância de certas sacanagens é o que quero...

O impaciente terminal não tolera,
não compactua, não “joga pra galera”
não faz média na mídia, não finge, não falseia
não se torna agradável
para ser palatável ao deguste dos canalhas,
para depois envergonhado não ter que cinicamente dizer:
“perdoem à nossa falha”...

Vira o canal quando aparece na tela
os “detonas”, “os varíolas”, “os panelas”...
os que trazem fome e sangue nas bocas médias, pequenas e grandes
que adoram uma boquinha,,, Bocas de rinoceronte em gente de alma miúda -
Que causa asco na vestimenta moderna de carrasco
politiqueiros e engravatados de fome graúda
Insaciáveis, insensíveis, miseráveis

O impaciente terminal não é um homem-bomba
por ser radical,
usa o isolamento como vacina,
a distância que protege do convívio que contamina
No ar que não pode com eles ser compartilhado
por serem fontes que deixam o horizonte
infestado...

Ser impaciente terminal é lutar para ser coerente
é tentar trilhar decente
nos caminhos cada vez mais difíceis
dessa vida doente...


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