domingo, 28 de março de 2010

HUMOR - A Primeira Transa


terça-feira, 9 de março de 2010

Poetando




CABEÇA
Maternidade

PAULO GOMES



Elas Vivem
NUMA Espécie

de clínica
de Repouso
Mas não Demora ,
Vão tendão alta ...

Uma um Uma
Vão Saindo
do Descanso
Temporário

Umas briga ainda,
natimortas ,
Outras sadias , corpulentas ,
brilhantes ...

E pensasse :
" ELAS Mais Estavam aí
todo o tempo ? ..
Nem eu e sabiá Que carregava
Tão MIM em Nobres
Hóspedes "...

Ficam lá, quietinhas
Nunca se revelam
Antes da Hora ",
chegam Depois,
Surgem , nascem os ,
... Formas viram

... de partos em lampejos ,
Inspirações ...

São como Idéias e Criações
Como ESTA Que Acaba
Ser de Parida Pela
"Mente prenha "

8/9/90

terça-feira, 2 de março de 2010

Crítica TV - Um Cordel pro BBB




PODERIA FICAR
SEM ESSA
NÉ "SEU BIAL"?...

É inegável a inteligência e competência do jornalista Pedro Bial. Também são notáveis a veia poética e a cultura desse profissional que construiu ao longo dos anos uma imagem de respeito junto ao público que sempre o tratou com admiração e carinho.

Eis que surge o Sílvio Santos copiando um programa estrangeiro - então, uma febre em todo o mundo chamado Big Brother - e lança no seu SBT a versão genérica local intitulada Casa dos Artistas. O formato era idêntico ao do reality show gringo, apenas com a diferença de ter artistas conhecidos, em vez de anônimos candidatos a celebridades entre os concorrentes confinados numa casa, num autêntico jogo de esforço, paciência, (in)tolerância, pirraça e enfrentamento.

O IBOPE bate alto. O SBT nocauteia o Fantástico já no dia do lançamento da Casa dos Artistas e nos domingos posteriores também. Pânico no Jardim Botânico. Nos corredores da Globo ouve-se a ordem: "Vamos lançar logo o nosso Big Brother, pois afinal de contas o direito de produzi-lo e exibi-lo aqui no Brasil é da gente!"

Correm contra o tempo, montam tudo em velocidade recorde e convocam um casal para a apresentação: a atriz Marisa Orth e o jornalista Pedro Bial são os escolhidos.

Completamente sem graça, meio que envergonhada, constrangida e achando-se uma orca entalada numa banheira, Marisa, lúcida e rápida, depois dos primeiros programas e em menos de uma semana, pulou fora, "vazou", pediu dispensa e foi bastante franca: "Não dá pra mim!"
Desejo resepeitado, a bomba ficou para o Pedro. E o Pedro não parou num "pára-pedro-pedro, pára". Pelo contrário. O Pedro continuou, caiu de cabeça, abraçou a idéia, vestiu à camisa e mergulhou fundo!

A Globo sacou sua metralhadora e tascou à zorra em série: rajadas de BBBs! : 1,2, 3, 4, 5, 6, 7, 8... 9 e 10! Dez edições! Dez sem sair de cima! Viagra televisivo, Ecstasy de IBOPE! Haja fôlego!

E tome celebridades instantâneas alimentando seções do Paparazzo e capas da Playboy e afins. E era um tal de "bambam, didi, tonton, sol, manu,leka,pink,domini" e o diabo a quatro!

Muita gente viu incompatibilidade no conteúdo da atração com a capacidade, perfil e biografia do apresentador. Algo como Chico Buarque passar a compor funks pornográficos, participando das festas nos salões da folia com direito a dançar "Créééééu!"

Mas o Pedrão aguentou. Pisou fundo e tá lá, resistindo...
Uma pena, mas conseguiu sobreviver. E o pior: associou sua imagem ao programa. Viraram gêmeos siameses. Mas do que isso, viraram uma coisa só. Um BPB - Um Big Pedro Bial. Ninguém pode imaginar mais o programa sem a sua ("lá dele") cara.
Dos rincões de Santa Bárbara-BA chega uma providencial e afiada - como peixeira de cangaceiro - crítica ao programa e claro, ao Bial. Que como vimos, mixou sua imagem - algo como como um pacto maldito - ao programa.

O Autor é Antonio Barreto. Lamento Pedro, mas quem mandou você virar Pedro BBB?...

Leiam:

Curtir o Pedro Bial / E sentir tanta alegria
É sinal de que você / O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal / É preguiçoso mental
E adora baixaria.
Há muito tempo não vejo / um programa tão ‘fuleiro’
Produzido pela Globo / Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar / Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.
Me refiro ao brasileiro / Que está em formação
E precisa evoluir / Através da Educação
Mas se torna um refém / Iletrado, ‘zé-ninguém’
Um escravo da ilusão.
Em frente à televisão / Lá está toda a família
Longe da realidade / Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente / Desprovida e inocente
Desta enorme ‘armadilha’.
Cuidado, Pedro Bial / Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador / Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis / Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.
O seu pai e a sua mãe, querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis / E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar / Pra manter e te educar
Com esforço especial.
Muitos já se sentem mal / Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes / Se enchem de calafrio
Porque quando você fala / A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.
Um país como o Brasil / Carente de educação
Precisa de gente grande / Para dar boa lição
Mas você na Rede Globo / Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.
Respeita, Pedro Bienal, / Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada / E trabalha o dia inteiro
Dar muito duro, anda rouco / Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.
Enquanto a sociedade / Neste momento atual
Se preocupa com a crise / Econômica e social
Você precisa entender / Que queremos aprender
Algo sério – não banal.
Esse programa da Globo / Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre / Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza / A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.
A moral e a inteligência / Não são mais valorizadas.
Os “heróis” protagonizam / Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética / Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.
Não se vê força poética / Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade / Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente / É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.
Talvez haja objetivo,“professor” Pedro Bial,
O que vocês estão querendo / É injetar o banal
Deseducando o Brasil / Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.
Isso é um desserviço / Mal exemplo à juventude
Que precisa de esperança / Educação e atitude
Porém a mediocridade / Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.
É grande o constrangimento / De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso / Curtindo todas baladas:
Corpos “belos” na piscina / A gastar adrenalina
Nesse mar de palhaçadas.
Se a intenção da Globo / É de nos “emburrecer”
Deixando o povo demente / Refém do seu poder,
Pois saiba que a exceção (Amantes da educação)
Vai contestar a valer.
A você, Pedro Bial / Um mercador da ilusão
Junto à poderosa Globo / Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor: Reflita no seu labor e escute seu coração.
E vocês caros irmãos / Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações / Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo / Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.
E quando chegar ao fim / Desse Big Brother vil
Que em nada contribui / Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade: Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.
E saiba, caro leitor / Que nós somos os culpados
Porque saem do nosso bolso / Esses milhões desejados
Que são ligações diárias / Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.
A loja do BBB vendendo só porcaria / Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade / Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia. / Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol, baixaria e carnaval.
Queremos Educação / E também evolução
No mundo espiritual.
Cadê a cidadania / Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos / Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados e vamos ficar calados
diante de enganadores?
E Barreto termina assim alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco /
Reaja à força do mal…
Eleve o seu coração / Tomando uma decisão
Ou, então, siga, animal…

FIM

Salvador, 16 de janeiro de 2010