E VIVA A
AXÉ FLU!!!
Amigos, no último dia 02 de setembro a Torcida Organizada AXÉ FLU que reúne torcedeores do Fluminense F.C. em Salvador, comemorou dez anos de existência com um jantar numa churrascaria da orla marítima de Salvador. Na oportunidade foi lançado um jornal que imortalizou a importante data.
O trabalho de altíssimo nível gráfico e editorial foi organizado pelo meu amigo
Edu Argolo profissional de mão cheia que empresta seu talento ao tradicional jornal baiano A TARDE.
Parabéns ao Claudio Bottino, atual presidente da Axé Flu. Aos idealizadores da agremiação Aroldo Moitinho, Márcio Rizzo e Ary Pamplona. Ao Pablo, Jucá, Ulisses, Domingos, Paulista, João Preguinho, Ivanildo Fontes, ao Edu Argolo e a TODOS que fazem da Família AXÉ FLU uma das mais vibrantes e inteligentes torcidas organizadas que acompanham à distâncias seus clubes de coração.
VISITEM O SITE DA AXÉ FLU : http://www.axeflu.com.br/
COMUNIDADE NO ORKUT: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=923267ABAIXO O TEXTO NA ÍNTEGRA:
MILHAS E MILHAS DISTANTES DO MEU AMOR...
por Paulo Gomes
No Passado as mais belas histórias de amor eram as das paixões platônicas ou as cercadas de dificuldades como o fator distância, por exemplo. Amar alguém ou alguma coisa e não poder estar fisicamente próximo, é um dos mais difíceis desafios para a alma humana. Mas algo que pode resultar num prêmio desde que as partes envolvidas sejam fortes e verdadeiramente apaixonadas.
Me apaixonei pelo Fluminense de maneira arrebatadora quando tinha apenas seis anos de idade e exatamente no dia em que meu pai chegou em casa com dois times de futebol de botão. Um preto com as carinhas dos jogadores do Corinthians e outro todo branco com as imagens de onze figuras que nunca mais saíram da minha mente: Félix, Oliveira, Galhardo, Assis, Marco Antônio, Denílson, Didi, Samarone, Cafuringa, Flávio, Lula. Escalação que virou pra mim uma espécie de mantra. Fui apresentado ali ao futebol. A paixão foi à primeira vista pelo time de branco.
Depois o Sr.João, meu pai, um pernambucano radicado desde menino no Rio de Janeiro e que depois veio formar família e morar em definitivo na Bahia, levava para casa um outro objeto com a marca tricolor... Estava claro que o velho que dizia ter apenas uma “discreta simpatia pelo Flu” queria sutilmente seduzir os cinco filhos para o lado certo... Era um disco de vinil compacto com duas faixas. No Lado A, a história, títulos e glórias do clube narradas por uma voz bonita de um locutor que eu nunca descobri o nome. E no B, uma narração fantástica de Jorge Curi, do gol de Flávio no Fla-Flu do título carioca de 1969. Tal como um papagaio eletrônico, decorei-a de imediato e nunca mais consegui esquecê-la. Ali nasci com certeza uma outra paixão: o rádio esportivo! Dizia: Bate Galhardo entregando a Oliveira (...) Cláudio dá a Samarone, Samarone alivia, Flávio emendou... e é gol!!! Goooool! Flá-vi-ôooooo!!!, ca-miii-sa número nooove!!!... E na sequencia, o nosso belíssimo hino.
A capa do disco era o escudo tricolor. Ali meu “namoro’ virou “noivado” e o “casamento” definitivo e eterno se deu com a chegada do maior craque do Brasil para ser o nosso camisa 10: Rivelino, o coração e mente da fantástica Máquina de Francisco Horta! Desde então, o menino nunca mais passou um dia se quer, sem falar do Fluminense, sem pensar no Fluminense, sem pesquisar o Fluminense, sem vibrar e sem se emocionar com o Fluminense. Coleções de camisas, revistas, livros, craques, vitórias, títulos e lágrimas. As emissoras de rádios do Rio à noite saciavam minha sede de notícias.
Frustradas e ás vezes bem-aventuradas eram as idas às bancas de revistas na esperança de conseguir um Jornal dos Sports,um OGLOBO ou um JB. No dia seguinte à conquista de um campeonato, a emoção e a certeza de ter em mãos, um novo pôster ou suplemento especial com as fichas completas dos craques e heróis do título para a valiosa coleção.
Nos Anos 90 antes da explosão Big Bang da magia chamada internet, meu sofrimento aumentou. Não era mais Salvador-Rio a ponte da distância. Era um mar a nos separar: Portugal, terra distante onde não dava para ouvir as rádios cariocas, onde os jornais brasucas chegavam com três dias de defasagem e onde não havia emissora brasileira no pacote da TV a cabo. Pouco mais de um ano de saudade e feroz ansiedade de saber os resultados dos jogos. Era a exata retratação do “Robinson Crusoé, solitário numa ilha distante e sem radinho de pilha”, imagem criada pelo papa tricolor e gênio da raça Nelson Rodrigues.
Conheci depois muitos companheiros de paixão clubística e a Axé-Flu como QG Tricolor na Boa Terra com igual exemplo de paixão à distância pelo Fluzão. Apesar da distância de milhas e milhas das Laranjeiras e do maraca, me mantive numa assiduidade emocional e espiritual e com uma fidelidade de poucos. Me perdoem a pouca modéstia, mas eis a verdade: minha personalidade e minha vida não seriam as mesmas se numa certa noite lá nos anos 70, ao chegar em casa do trabalho, meu pai não tivesse a feliz e iluminada idéia de levar um jogo de botão branco do Fluminense para os seus filhos.
Depois o Sr.João, meu pai, um pernambucano radicado desde menino no Rio de Janeiro e que depois veio formar família e morar em definitivo na Bahia, levava para casa um outro objeto com a marca tricolor... Estava claro que o velho que dizia ter apenas uma “discreta simpatia pelo Flu” queria sutilmente seduzir os cinco filhos para o lado certo... Era um disco de vinil compacto com duas faixas. No Lado A, a história, títulos e glórias do clube narradas por uma voz bonita de um locutor que eu nunca descobri o nome. E no B, uma narração fantástica de Jorge Curi, do gol de Flávio no Fla-Flu do título carioca de 1969. Tal como um papagaio eletrônico, decorei-a de imediato e nunca mais consegui esquecê-la. Ali nasci com certeza uma outra paixão: o rádio esportivo! Dizia: Bate Galhardo entregando a Oliveira (...) Cláudio dá a Samarone, Samarone alivia, Flávio emendou... e é gol!!! Goooool! Flá-vi-ôooooo!!!, ca-miii-sa número nooove!!!... E na sequencia, o nosso belíssimo hino.
A capa do disco era o escudo tricolor. Ali meu “namoro’ virou “noivado” e o “casamento” definitivo e eterno se deu com a chegada do maior craque do Brasil para ser o nosso camisa 10: Rivelino, o coração e mente da fantástica Máquina de Francisco Horta! Desde então, o menino nunca mais passou um dia se quer, sem falar do Fluminense, sem pensar no Fluminense, sem pesquisar o Fluminense, sem vibrar e sem se emocionar com o Fluminense. Coleções de camisas, revistas, livros, craques, vitórias, títulos e lágrimas. As emissoras de rádios do Rio à noite saciavam minha sede de notícias.
Frustradas e ás vezes bem-aventuradas eram as idas às bancas de revistas na esperança de conseguir um Jornal dos Sports,um OGLOBO ou um JB. No dia seguinte à conquista de um campeonato, a emoção e a certeza de ter em mãos, um novo pôster ou suplemento especial com as fichas completas dos craques e heróis do título para a valiosa coleção.
Nos Anos 90 antes da explosão Big Bang da magia chamada internet, meu sofrimento aumentou. Não era mais Salvador-Rio a ponte da distância. Era um mar a nos separar: Portugal, terra distante onde não dava para ouvir as rádios cariocas, onde os jornais brasucas chegavam com três dias de defasagem e onde não havia emissora brasileira no pacote da TV a cabo. Pouco mais de um ano de saudade e feroz ansiedade de saber os resultados dos jogos. Era a exata retratação do “Robinson Crusoé, solitário numa ilha distante e sem radinho de pilha”, imagem criada pelo papa tricolor e gênio da raça Nelson Rodrigues.
Conheci depois muitos companheiros de paixão clubística e a Axé-Flu como QG Tricolor na Boa Terra com igual exemplo de paixão à distância pelo Fluzão. Apesar da distância de milhas e milhas das Laranjeiras e do maraca, me mantive numa assiduidade emocional e espiritual e com uma fidelidade de poucos. Me perdoem a pouca modéstia, mas eis a verdade: minha personalidade e minha vida não seriam as mesmas se numa certa noite lá nos anos 70, ao chegar em casa do trabalho, meu pai não tivesse a feliz e iluminada idéia de levar um jogo de botão branco do Fluminense para os seus filhos.
PAULO GOMES, 42, É RADIALISTA E TRICOLOR DESDE ENCARNAÇÕES PASSADAS. APRESENTA DIARIAMENTE O CBN SALVADOR ESPORTES, NA RÁDIO CBN SALVADOR 100,7 FM – WWW.IBAHIA.COM, É RESPONSÁVEL PELO BLOG OBSERVANDO E ABUSANDO – http://www.blogdopaulogomes.blogspot.com/.COM
E PELA COMUNIDADE FLU MEMÓRIA – MUSEU TRICOLOR NO ORKUT E AUTOR DO LIVRO “MEMÓRIAS DE UM FANÁTICO TRÊS DÉCADAS DE FUTEBOL”, AINDA INÉDITO NO MERCADO EDITORIAL
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