domingo, 9 de novembro de 2008

Internet@ndo - JORNAL EXTRA - domingo 09.11





Não é à toa que Adriana Calcanhotto dedica “Saga lusa” (Editora Cobogó, R$ 29,90) para ela mesma. O livro relata, em detalhes, sua assustadora experiência durante a turnê “Maré” em Portugal, entre maio e junho deste ano. Depois de passar dias “surtada” por conta de medicamentos — e olha que ela só queria curar uma gripe —, a cantora nunca mais foi a mesma.
— Saí uma outra pessoa dessa experiência. Isso ficou muito claro para mim. A Adriana voltando de avião de Portugal já era outra — conta Calcanhotto.
Humor sempre presente
Sem conseguir dormir e com shows cancelados, a cantora fez da escrita sua cura. Algumas vezes a narrativa é clara, em outras não esconde fazer parte de um delírio. O humor típico da artista, já conhecido para quem freqüenta seus shows, está sempre presente. “No elevador, um urso panda disfarçado de cantora escabelada achando que está conseguindo não perder a pose me acompanhou, até a garagem”, brinca ela sobre seu estado.
Outra passagem divertida é quando a cantora narra seu reencontro com a Coca-Cola. Sem tomar o refrigerante há 20 anos e sempre à espera de um bom motivo, ela acaba cedendo à tentação durante o surto: “Não posso dizer que saboreei, mas bebi. Saboreei mais o momento, e o resto tomei como remédio. Tá bem, admito, alguém que bebe Coca-Cola gelada como remédio é do contra mesmo”.
Para os fãs, certas passagens poderiam não ter nenhuma graça, principalmente quando Adriana se diz à beira da morte. No entanto, mesmo com a língua inchada ou em pânico, ela sabia que escrever com humor seria um santo remédio:
— Escrever era a única coisa que me mantinha no presente.

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