quinta-feira, 2 de outubro de 2008

MÚSICA






MARCELO NOVA

BAIANO BOM DE ROCK !!!




Inteligente, inquieto, corajoso, independente, culto.


Marcelo Nova, baiano retado, líder da banda Camisa de Vênus que sacudiu à Bahia e o Rock Brasileiro no início dos anos 80 continua firme e forte como uma das melhores metralhadoras giratórias desse país. Quando o assunto é música então, Marceleza, apelido que ganhou do grande amigo e ídolo Raul Seixas, fala com autoridade e notável pujança.


Quase trinta anos depois o público que acompanha Marcelo se mantém fiel identificando no guerreiro baiano aquilo que o Mestre Raul Seixas receitava para qualquer grande roquer, pois com ele era assim:

"Minha espada é a guitarra na mão!"

Coloco aqui três letras que considero fantásticas de Marcelo ainda nos tempos do Camisa de Vênus. Uma é de um grande sucesso - "Hoje" do álbum "Batalhão de Estranhos" de 1984 -. As outras duas são pouco conhecidas - "Homem não Chora" do LP "Camisa de Vênus" de 1983 o de estréia da banda. E a provocadora
"Mão Católica" do álbum "Correndo Risco" de 1986.
Não deixem de conhecer o SITE OFICIAL de Marcelo http://www2.uol.com.br/marcelonova/
Confiram:


Homem Não Chora
(Marcelo Nova/Karl Hummel)

Desde o dia em que nasceu
Nunca mais ele esqueceu
Mamãe gritou, papai berrou
Mamãe tremeu, papai bateu
E dos padres do colegio
Castigo, Deus e sacrilegio
Insegurança e pavor
Quadro negro e professor
Mas tanto bate até que fura
Universidade, formatura
De lá sai pra trabalhar
Casamento e procriar,
Dorme nervoso e acorda tenso
Mas sempre diz que tem bom senso
Educado e elegante
E sua mulher tem um amante
Conta o ano a cada dia
Esperando a aposentadoria
Não tem futuro, só passado
E vai ficando esclerosado
E carregando esta ferida
Diz que a missão já está cumprida
Não sabe se o descanso eterno
Vai ser no céu ou no inferno
Desde o dia em que nasceu
Nunca mais ele esqueceu
Mamãe gritou, papai berrou
Mamãe tremeu, papai bateu
Homem não chora,Homem não chora
Nunca, nunca, nunca!




Hoje
(Marcelo Nova / Karl Hummel)


Ouvi notícias de muito longe batendo na minha porta
Eu vi os garfos, eu vi as facas em cima da mesa posta.
Pra que mensagens e telegramas se você chega e some
Tenho dinheiro e CPF, mas não me lembro o meu nome.

Não há mais festa nem carnaval
Acho que eu fui enganado
Me diga as horas eu vou embora
Hoje eu tô atrasado.

Pra que escolas e faculdades não há nada pra aprender
Eu já não vejo, eu já; não penso, já não consigo escrever
Sou faixa preta, toco guitarra, um dia vou pular de asa
Durmo de dia, trabalho à noite não sei se volto pra casa.

Olho pro trânsito, olho o sinal, tá tudo engarrafado,
Vídeo-cassetes, computadores e homens codificados
Tem uma loira que tá a fim, a ruiva diz que me ama,
A negra quer, eu já não sei, quem é que eu levo pra cama

Tô abafado, me dá licença vê se sai da minha frente
Tenho miopia sou hipotenso, meu pé tá sempre dormente
Amsterdã via Paris acho que é nesse que eu vou
Mudei o corte do meu cabelo já nem sei como eu sou

Não há mais festa nem carnaval
Acho que eu fui enganado
Me diga as horas eu vou embora
Hoje eu tô atrasado.


Mão Católica
(Marcelo Nova/ Karl Hummel/ Gustavo Mullem)


Nascer com o mal na alma

Pro batismo libertar
Carregar a cruz de toda culpa
E coloca-la no altar
Domingo tem a missa obrigatória
Ajoelhar perante a santa inquisição
Pras bruxas temos a fogueira
Pros santos nós temos o perdão
Você só tem que confessar

Pedir a Deus pra perdoar
Não tento atos de heroísmo
Mea culpa, mea culpa

Mão fechada do catolicismo
Nascer com o mal na alma

Pro batismo libertar
Carregar a cruz de toda essa culpa
E colocá-la no altar
A Santíssima Trindade ilumina o mistério
Pecar, blasfemar, essa é a nossa sina
Então engolir o corpo de Cristo
E agradecer essa herança divina
Você só tem que confessar

Pedir a Deus pra perdoar
Não tento atos de heroísmo
Mea culpa
Mea culpa
Mão pesada do catolicismo



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