domingo, 26 de outubro de 2008


Tatá resistiu a um aneurisma cerebral hemorrágico

matéria transcrita do MOGI NEWS
http://www.moginews.com.br/
Por Douglas Pires


Uma força divina teria feito com que Tatá sobrevivesse a um aneurisma cerebral hemorrágico que lhe pegou de surpresa às 17 horas do dia 24 de dezembro de 1997. Na véspera, ele, mulher e filhos seguiam para Ilha Bela, no litoral norte, onde passariam as festas de fim de ano, ao lado dos familiares do amigo e companheiro de rádio Serginho Leite. Fazia um calor insuportável, tanto que a família, que viajava num carro modelo Caravan, foi obrigada a parar por várias vezes na estrada para se refrescar. O grupo chegou à cidade litorânea no final da tarde. Tatá se queixou de dor de cabeça, tomou uma aspirina e foi dormir. No dia seguinte, 24 de dezembro, por volta das 17 horas, o humorista se sentiu mal e caiu. Foi socorrido às pressas na Santa Casa local. De lá, uma viatura do Corpo de Bombeiros, pilotada pelo cabo Paulo, o levou para São Paulo. O aneurisma foi diagnosticado. Tatá permaneceu 31 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Beneficência Portuguesa.

Reagiu bem ao tratamento e foi para o quarto, onde permaneceu por mais um mês. Recebeu alta e voltou para casa de cadeira de rodas, sem falar e com o lado direito do corpo paralisado: "Ele é um sobrevivente, é um homem persistente, de garra. Raramente, as pessoas ficam vivas após sofrer um aneurisma cerebral hemorrágico", desabafou Célia, com lágrimas nos olhos. A esta altura da entrevista, Tatá não conseguiu segurar as lágrimas e chorou bastante. O fotógrafo Marcelo Alvarenga também ficou com os olhos marejados. Não pela tristeza em si, mas talvez por assistir a uma lenda do humor aos prantos. O que se imagina é que os comediantes não choram. Apenas fazem rir.
Nelson Tatá Alexandre ficou com seqüelas por conta da doença, mas mesmo assim não deixou de ser o pai, o chefe da família, que há cerca de 20 anos, reside no mesmo apartamento, no bairro Ipiranga, zona sul de São Paulo, com a esposa e os filhos. A vida dele continuou. É conhecido pelos familiares como aquele que tem "rodinhas nos pés". Não gosta de ficar em casa. Praia é o local preferido. Eventos públicos também. No início do ano, Tatá foi homenageado e compareceu ao lançamento do livro "Um show de rádio, a vida de Estevam Sangirardi", escrito por Carlos Coraucci: "Hoje (quarta-feira 22/10), sabendo que vocês (repórter e fotógrafo) viriam aqui, tive a idéia de escrever uma biografia do Nelson. Estranho, mas, hoje pela manhã, separando as fotos dele e lembrando das histórias, tive esta idéia", anunciou a bancária e jornalista. Tatá faz fisioterapia e sessões com fonoaudióloga. As profissionais que cuidam dele (Clara Rosa e Fátima Gomes) são as mesmas que tratam o radialista Osmar Santos. Célia conta que o marido não deixa de fazer as coisas por conta da doença.
A filha de Tatá, Marina, ia estudar Medicina, mas se formou em Fisioterapia Neurológica para ajudar o pai. Ela trabalha no Hospital Albert Einstein e, atualmente, está em férias. O irmão Leandro é engenheiro da área de telecomunicações. No apartamento 116 ainda existem outros dois moradores: Aster, um cachorrinho da raça Beagle e uma tartaruga (jabuti), que caminha por todo o local. Todas as noites, quando Tatá se prepara para dormir, Aster corre na frente e senta na cama. Ele espera que seu dono o afague. O animal também entende muito bem aquele homem. Já no final do bate-papo, Tatá fez carinho em Aster, que automaticamente retribuiu o afago com um olhar de agradecimento. Os cães também se comunicam com os olhos.
Tatá em ação:
http://www.youtube.com/watch?v=HveL9ndzVPo&feature=related

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