terça-feira, 7 de outubro de 2008

Futebol




Por debaixo dos panos no Bahia




Por EDMILSON GOUVÊA*





Muitas pessoas me abordam para saber o que está realmente acontecendo com o Esporte Clube Bahia. O porquê de estar tudo tão quieto e dando a impressão de que tudo está tranqüilo em céu de brigadeiro. Ledo engano meus amigos.
O Bahia é um vulcão prestes a explodir e vou explicar o emaranhado político desta situação:



GOVERNO



O governo tem como meta acabar com o feudo deixado pela oligarquia carlista hoje representado por Paulo Maracajá e ACM Neto, sendo um na esfera política, à qual não me reportarei, e o outro na esfera esportiva -- que é o nosso foco aqui deste comentário.
A alta cúpula do governo representado por Fernando Schimith esteve na passeata do dia 22 de novembro de 2006 organizada por Ismerim, Bamor, Povão, Jorge Pires, Edmilson Gouvêa, Fernando Jorge, César de Oliveira e Cid Guerreiro, quando mais de 50 mil torcedores foram às ruas pedindo "DIRETAS JÁ".
O governo aliou-se com o projeto político de Fernando Jorge Carneiro tendo enviado representantes para a Conferência Gigante Tricolor para demonstrar claramente o seu apoio às mudanças no Bahia.
A primeira dama se coloca claramente contra a atual diretoria e dá o tom do discurso de mudanças do próprio governador, que por motivos óbvios não poderia dizer o que a Srª Fátima Mendonça diz em alto e bom som.
Percebemos claramente o processo de quebra do muro de Berlim tricolor quando o governo associou o programa "Sua nota é um Show" à mudança do estatuto dos clubes, com a inclusão de eleições diretas para a diretoria executiva -- fechando assim uma torneira financeira para o Bahia que passou a ter que viver fritando o porco com a própria banha.
Veio o estádio de Pituaçu e logo o governo informou que haveria uma licitação para a exploração do espaço esportivo, tirando assim qualquer possibilidade do Bahia vir a administrar tal complexo devido à sua falta de recursos.



OPOSIÇÃO



A oposição tricolor, por não ter representantes dentro do Conselho Deliberativo, fica de mãos atadas e só age na esfera judicial.
Alguns processos importantes contribuem para que o fôlego da diretoria do Bahia fique cada vez menor:
eu mesmo, junto com César de Oliveira, iniciamos esta luta judicial dando entrada, em 2005, com uma denúncia ao Ministério Público solicitando a dissolução da sociedade entre o Banco Opportunity e o Bahia devido a uma irregularidade na ata que aprovou a assinatura do contrato.
Outras ações na área cível e na Policia Federal foram feitas e ainda estão em andamento e podem ocasionar até a intervenção do Bahia caso venham a serem comprovadas as irregularidades.
No entanto uma ação que foi dado entrada no Ministério Público solicitando a quebra de sigilo bancário e fiscal de Paulo Maracajá e do Bahia S.A. ocasionou um aumento enorme da pressão deste vulcão em erupção, pois Paulo Maracajá ao dar uma entrevista em uma rádio da capital informou que pagava as contas do Bahia com seu cartão pessoal e emprestava dinheiro ao mesmo.
O que é crime.



PAULO MARACAJÁ



Paulo Maracajá devido a esta ação e com o risco de ter seu sigilo bancário e fiscal quebrado está em "palpos de aranha", pois pretende ser o presidente do Tribunal de Contas dos Municípios em dezembro de 2008 e com este processo rolando ele fica impedido de exercer a presidência do TCM.
Por isso, vem ocorrendo nos bastidores muitas reuniões entre os advogados Celso Castro (Maracajá) e Pedro Barachisio Lisboa (Oposiçaõ) onde esta existindo a possibilidade de uma transição política dentro do Bahia onde o nome de Reub Celestino toma corpo e pode vir a ser o próximo presidente do Bahia.
Claro que um acordo entre Maracajá e qualquer ser humano que seja tem que ser visto com muito cuidado, pois até hoje, no Bahia, Maracajá já colocou muitos opositores no bolso do jaleco onde podemos citar: Antônio Pithon, Virgilio Elísio, Luiz Osório, Rui Cordeiro dentre outros que eu não lembro, mas que certamente sofreram o dissabor de entrar no Bahia e ser queimado na fogueira da inquisição maracajiana.
Que conta com sua forte influencia na mídia baiana para por seus pontos de vista o que não acontece na mesma proporção com seus opositores.
Pode vir mudanças ou quem sabe o ponto final para um clube tão amado como o Esporte Clube Bahia.
Penso que não se deve fazer acordo seja lá qual for com Maracajá.
Eu não confio nele e sei o quanto o mesmo me lembra a fábula do sapo e o escorpião.
No meio do rio certamente ele ferroará os que estão fazendo este acordo mesmo que junto com o sapo o escorpião venha a sucumbir, pois é da sua natureza.
Conselho não se dá e o meu custa bem caro, mas desta vez fiz uma pequena exceção.




*Edmilson Gouvêa é micro-empresário e da oposição no EC Bahia.

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