sexta-feira, 3 de outubro de 2008

FUTEBOL


BATENDO UM BOLÃO

com PAULO GOMES


FAXINAÇO

01 – É preciso repensar o futebol . Os Clubes nas suas estruturas internas precisam urgentemente modificarem seus estatutos, instâncias deliberativas, sistema de escolha dos presidentes. Revisar os modelos administrativos e a metodologia de suas divisões-de-base.
02 – A consciência e a postura dos profissionais precisam passar por uma reciclagem completa. Dinheiro e fama são conseqüências naturais na medida em que qualquer pessoa exerça seu ofício de maneira correta, com competência e talento.
03 – Os sangue-sugas do futebol precisam terem suas ações coibidas. Empresários oportunistas abortando craques, aliciando famílias humildes, iludindo meninos, são verdadeiros focos infecciosos que estão matando o futebol. Eles estão agindo livremente muitas vezes com a conivência dos clubes. Em muitos casos, é questão de polícia mesmo.
Fazem à molecada “queimar etapas” nas suas preparações e nos seus sonhos.
Ninguém tem mais o desejo e nem o exercício de galgar os degraus dentro do próprio clube passado de categoria a categoria até chegar ao profissional e à titularidade da equipe principal . Só se pensa em Europa, mesmo que seja pra jogar na Ucrânia, Rússia ou até no Azerbaijão!

04 - Essa Lei Pelé tem que ser URGENTEMENTE modificada. Está matando os clubes que perdem muito cedo os seus craques ou projetos e maquetes de craques. As frutas verdes são arrancadas à pedradas da árvores!
05 – A mentalidade de muitos profissionais e alguns setores da imprensa esportiva também precisa de renovação. Quando os interesses pessoais movidos por apetite financeira voraz se misturam de maneira promíscua com o exercício da profissão e com laços com dirigentes, tudo fica turvo.
Diante disso, as distorções surgem, as mentiras ganham cara de verdade, as safadezas recebem doses de anabolizantes.
06 – Essa globalização maldita - na verdade um vale-tudo ilimitado no número de jogadores estrangeiros em clubes e até em seleções- está enfraquecendo os países mais pobres , mas de rico futebol (na qualidade) como é o nosso.
Quando Falcão jogou na Roma, era apenas ele de estrangeiro na equipe. Depois é que com a permissão de dois gringos por time, chegou o Cerezzo. Idem na Juventus com o francês Platini e o polonês Boniek. Agora sem limites e com o recurso da naturalização, italianos, espanhóis, e ingleses usam o poderio de suas fortunas dando um punhado de euros aos pobretões, levando os nossos craques e entupindo suas equipes de bons jogadores. Enquanto isso os clubes dos países produtores morrem de inanição e raquitismo técnico. Essa prática só beneficia aos primos ricos do futebol.

07 – Temos que voltar a escrever Seleção Brasileira com o “S” assim limpo e não com o maldito $ do cifrão da $eleção Global e da rica CBF. Mero balcão de negócio$ e passarela de vaidosos.
08 – Que saudade do tempo em que cada time brasileiro possuía um zagueiro técnico e outro de força; laterais velozes e habilidosos; volantes que sabiam marcar e apoiar; meias cerebrais e lançadores ou que faziam parceria com os centroavantes; pontas que entortavam os marcadores dando show particular, mas que participavam decisivamente dos lances de gol; avantes trombadores, mas oportunistas ou craques. Goleiros que eram paredões e líderes em campo.
O meu tempo de bola já passou....
Acho que não verei mais a beleza e o talento como componentes principais de um jogo interessante chamado futebol, que estão fazendo de tudo – conscientemente e muitas vezes sem ter noção-, de destruí-lo.
Precisamos urgente de uma competente faxina, um faxinaço!

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